terça-feira, 9 de novembro de 2010

... ao cair da noite...

É assim que vos vejo. Sentado nesta pequena mesa. Observo. Olho. Vejo. A tranquilidade. O cansaço. O desespero. A procura de notas escondidas que possam salvar a inquietude e a fragilidade. Os bips desta era moderna intrometem-se em pensamentos feitos de mulheres-anjo e mulheres-demónio. Um eu que procura um Tu. O TU. Artigo definido. Pronome pessoal. eu tu ele ela nós vós eles elas. Como te chamas? Olá. Nomes. Nunca se cortam. Nunca. Nunca se anulam. Nunca. Porque é com ele que SOMOS. Aqui nesta sala. Num campo de futebol. Num cinema. Num jardim feito de flores e abelhas. Fora. Lá. Frio. Regresso. Alerto-vos para um Exame Nacional. Mais do que esse nome, é para a vida que vos alerto. A Vida. Porque ela é feita de pequenos obstáculos que só ultrapassados vos poderão levar a caminhos feitos de água fluida. Toca-me o vento, agora. As canetas vão derramando pensamentos-poesias. Sinto as questões. A noite já acordou. Dorme, ao longe, numa cama feita de nuvens, o sol. Aquece-o esta manta feita de papéis aquecidos por mãos que procuram o mundo. Os mundos. O meu. O teu. Os nossos. Os vossos. Os deles e delas.
É assim que vos vejo. Que vos observo. Que olho. De cabeças baixas. De queixos apoiados em braços feitos de abraços. Aos amigos. Aos colegas. Aos anónimos. Aos livros. Das janelas por onde espreitam as vossas almas saem também, como neblina súbita, Sonhos. Outros mundos. Outras cadeiras. Novos abraços. Diferentes. De novos amigos. De amantes. Letras que erram ao sabor do teu desejo. Do nosso desejo. Do vosso vossa meu dele dela desejos.
Olá… como te chamas se chamam? Anda, queres um chocolate quente?... Querem?...

(Prof. Paulo Martins)

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