sexta-feira, 23 de março de 2012

"Queixo-me as rosas, mas que bobagem... as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti..." (Cartola)

Ó Deus que inspira os poetas a escreverem a sua dor tão profunda de forma tão singela…
Tudo aquilo que nos aflige é um poema que atravessa o coração e rasga-nos a alma.
Ó Deus que permite que a dor alcance o nosso coração mole de poetas, que nos faz agarrar ao lápis e a caneta como forma de fugir da solidão.
Eu escrevo por que dói-me, escrevo por estar triste… Escrevo porque não tenho um remédio mais doce a beber senão a poesia… (poderia beber o amargo remédio da violência, poderia beber o veneno da vingança, poderia beber o comodismo, mas este ultimo ataca-me o estômago.)
Escrevo por sentir o que penso, e por pensar detalhadamente nisso.
Seu eu desenhasse a realidade fugiria,
 Se eu cantasse a dor se perpetuaria,
 Mas se eu rimar a dor começa a acompanhar a melodia
 dos meus versos, a angústia começa a dormir na silenciosa canção
 das rimas, o sofrimento se distrai no trocadilho das palavras
e a tranquilidade vem inundando o coração
 satisfeito por saber sofrer.
Obrigada Deus por esse dom…
Escrever é a maneira sábia de sofrer.

(Kamilla Oliveira)

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