terça-feira, 1 de março de 2011

Herança de sangue.

Atormentados foram os meus dias na semana passada...
Eu deveria ser uma pessoa atormentada pela agonia, o fatalismo e o medo... mas sou apenas uma pessoa.
Quantos monstros se vestem de pessoas, meu Deus! Quanta maldade escondida em bonitos gestos!
Isto não é uma corte mais sinto que vivemos metade da vida a ser quem somos e a outra metade tentando esconder-nos de nós mesmos.
O que leva um ser humano a matar outro? Que motivações podem dar coragem para tal?
Sejamos responsáveis por quem escolhemos ser, e aceitemos as consequências de sermos quem somos.
Quanta fineza de gestos esconde a má educação dos corações dos nobres... nobres na verdade não existem mais – a muito que a nobreza se tornou um bem extinto no carácter dos Homens – agora chamamos-lhes de "ricos". Mas ricos de quê, se os seus espíritos são mais sujos que chiqueiros, se sua alma é mais corrompida do que a lama e se as suas palavras são como dejectos?
Onde está realmente a riqueza dos ricos?
Comprometo-me a ser pobre – paupérrimo até – enquanto a riqueza se resumir a ter dinheiro e exercer poder  sobre o outro.
Tenho antes de tudo, um compromisso com a minha consciência com a minha dignidade, com os valores que passaram-me os meus pais... e sou fiel, não a uma nação, não a um deus, mas tão-somente a esplendorosa razão que me nomeia como "ser humano".
Não, meus caros, não... o dinheiro não compra carácter, a forca não cala a consciência... por isso luto contra mim mesmo por vezes, para que eu não tenha que viver com a minha própria vergonha, com o nojo de mim mesmo nas memórias e nem com o grito de revolta da minha consciência.
(Imagem tirada do google)


Kamilla Oliveira

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